Socialismo não é "estatização dos meios-de-produção"
Não será a 'ditadura do proletariado' (como encontramos nas páginas 59 a 61 do Manifesto), por que não haverá proletariado - haverá associações de cidadãos produtores. Não haverá distância entre produzir e gerenciar, não haverá uma classe de administradores (burocratas, tecnocratas) agindo por um poder 'delegado pela classe proletária. O objetivo do Socialismo não é levar os 'pobres' ao poder - mas acabar com a condição de Pobreza. Possibilitar a cada cidadão trabalhar e dividir as riquezas coletivamente.
Uma vez que é difícil um retorno à pequena propriedade produtiva (como antes da Revolução Industrial), ainda as fábricas congregam condições de produção e eficiência, e não podem ser atomizadas, fragmentadas. As fábricas não devem ser estatizadas, mas gerenciadas pelo coletivos dos trabalhadores - os Comitês - em tarefas executadas por técnicos e operários.
Os Comitês decidem pelas jornadas de trabalho, pela divisão dos lucros, pela escala de produção, pelas ampliações de estrutura industrial. As jornadas - depende das necessidades - podem ser diurnas e noturnas, para absorver a mão de obra excedente, além de reduzir as jornadas de outros turnos. Ao contrário de 1000 operários trabalharem - com estresse - por 8 horas, poderá haver o trabalho de 2000 operários, com cada grupo de 1000 trabalhando apenas 4 horas. Mais pessoas trabalhando menos.
O rodízio de função é essencial para que os operários conheçam cada etapa da fabricação de um produto e possam intervir para melhor gerência da produção, evitando assim a repetição do processo alienatório intensificado pelo Taylorismo e pelo Fordismo, além do Toyotismo, os sistemas de produção onde o trabalhador opera como uma máquina, restrito a uma função apenas na linha-de-produção. O rodízio possibilita que em dado período o operário cuide do corte, em outro momento da solda, e depois da moldagem, e depois da pintura, e assim por diante, assimilando o conhecimento que possibilite sua opinião e ação num conselho coletivo.
(Nota: para saber mais sobre Taylorismo, Fordismo, Toyotismo, ver info: http://www.bloco.org/index.php?option=com_content&task=view&id=468&Itemid=47 / http://pt.wikipedia.org/wiki/Taylorismo / http://pt.wikipedia.org/wiki/Fordismo / http://pt.wikipedia.org/wiki/Toyotismo )
O Socialismo é mais do que 'participação nos lucros' - os meios-de-produção pertencem ao coletivo de técnicos e trabalhadores, que administram a produção através dos Comitês. Os próprios operários preservam sua autonomia de gerência - agindo em concordância com o planejamento em coletivo com outros Comitês - sem a burocracia de 'representantes'. Inclusive, a profissionalização de 'representantes' - semelhantes aos políticos e sindicalistas - é impedida pelo rodízio de função, que se articula enquanto durar uma determinada tarefa.
Não será a 'ditadura do proletariado' (como encontramos nas páginas 59 a 61 do Manifesto), por que não haverá proletariado - haverá associações de cidadãos produtores. Não haverá distância entre produzir e gerenciar, não haverá uma classe de administradores (burocratas, tecnocratas) agindo por um poder 'delegado pela classe proletária. O objetivo do Socialismo não é levar os 'pobres' ao poder - mas acabar com a condição de Pobreza. Possibilitar a cada cidadão trabalhar e dividir as riquezas coletivamente.
Uma vez que é difícil um retorno à pequena propriedade produtiva (como antes da Revolução Industrial), ainda as fábricas congregam condições de produção e eficiência, e não podem ser atomizadas, fragmentadas. As fábricas não devem ser estatizadas, mas gerenciadas pelo coletivos dos trabalhadores - os Comitês - em tarefas executadas por técnicos e operários.
Os Comitês decidem pelas jornadas de trabalho, pela divisão dos lucros, pela escala de produção, pelas ampliações de estrutura industrial. As jornadas - depende das necessidades - podem ser diurnas e noturnas, para absorver a mão de obra excedente, além de reduzir as jornadas de outros turnos. Ao contrário de 1000 operários trabalharem - com estresse - por 8 horas, poderá haver o trabalho de 2000 operários, com cada grupo de 1000 trabalhando apenas 4 horas. Mais pessoas trabalhando menos.
O rodízio de função é essencial para que os operários conheçam cada etapa da fabricação de um produto e possam intervir para melhor gerência da produção, evitando assim a repetição do processo alienatório intensificado pelo Taylorismo e pelo Fordismo, além do Toyotismo, os sistemas de produção onde o trabalhador opera como uma máquina, restrito a uma função apenas na linha-de-produção. O rodízio possibilita que em dado período o operário cuide do corte, em outro momento da solda, e depois da moldagem, e depois da pintura, e assim por diante, assimilando o conhecimento que possibilite sua opinião e ação num conselho coletivo.
(Nota: para saber mais sobre Taylorismo, Fordismo, Toyotismo, ver info: http://www.bloco.org/index.php?option=com_content&task=view&id=468&Itemid=47 / http://pt.wikipedia.org/wiki/Taylorismo / http://pt.wikipedia.org/wiki/Fordismo / http://pt.wikipedia.org/wiki/Toyotismo )
O Socialismo é mais do que 'participação nos lucros' - os meios-de-produção pertencem ao coletivo de técnicos e trabalhadores, que administram a produção através dos Comitês. Os próprios operários preservam sua autonomia de gerência - agindo em concordância com o planejamento em coletivo com outros Comitês - sem a burocracia de 'representantes'. Inclusive, a profissionalização de 'representantes' - semelhantes aos políticos e sindicalistas - é impedida pelo rodízio de função, que se articula enquanto durar uma determinada tarefa.
Ou seja, não há representantes intermediários entre os proletários e o (digamos) Estado, mas a união dos Comitês na execução das projeções de produção e distribuição. As tarefas são delegadas - temporariamente - aos executores, que prestam contas ao Comitê.
O 'Estado proletário' cuidará da transição - não 'ditadura do proletariado', pois o proletariado deixa de existir - quando administra os bens antes nas mãos das oligarquias. Encontramos claramente no Manifesto, "O proletariado utilizará seu domínio político para arrancar pouco a pouco todo o capital à burguesia, para centralizar todos os instrumentos da produção nas mãos do Estado, ou seja, do proletariado organizado como classe dominante, e para aumentar o mais rapidamente possível a massa das forças produtivas." ("zu zentralisieren und die Masse der Produktionskräfte möglichst rasch zu vermehren", Marx & Engels)
O Estado - ou antes a União dos Comitês - na mão dos proletários - é necessário para centralizar as decisões e planejar as cotas de produção. É a atuação de BAIXO PARA CIMA (via política dos Comitês) que impede o Estatismo, o horror totalitário quando a máquina estatal mostra-se sem disfarces tal um "grande Leviathan" (vide as obras de Hobbes e A. Smith, e mais atualmente M. Foucault)
A parceria pública e privada (PP) é possível no Socialismo? Tais distinções não terão mais sentido. Uma vez que não haverá mais 'lucro privado' nem Estado enquanto 'interventor', tal parceria inexiste no Socialismo. Os Comitês decidem o que as fábricas necessitam e são notificados do que as Comunidades necessitam, e através de negociações ambas as partes planejam as soluções. O Estado é a UNIÃO de todos os Comitês - e nada mais.
Assim, também outro sistema hierárquico - as Forças Armadas. Em lugar de um Exército composto de uma elite de profissionais, uma 'casta' oligárquica armada, que se mantém distanciado do povo, pairando sobre os cidadãos (até sendo uma ameaça) será necessário ao povo reunido compor uma Milícia Popular, com cada cidadão fisica e mentalmente saudável a receber um treinamento militar para a eventualidade de um conflito (interno ou externo), capacitando-o a atuar na defesa do governo socialista.
Assim como encontramos na Guerra Civil Espanhola as brigadas internacionais (ver http://pt.wikipedia.org/wiki/Brigadas_Internacionais ) com sua organização hierárquica disposta por tarefa, sem que os níveis hierárquicos se tornem diferenças de status, onde os soldados não temem os oficiais, e todos se tratam por 'camarada', sem aquela rígida estratificação dos Fascistas.
Um verdadeiro exército democrático na forma de milícias populares, onde todos aqueles que se preparam fisicamente, também podem conhecer táticas e estratégias, além de técnicas de guerrilha, além dos conhecimentos de artilharia e engenharia. Não uma 'casta' a dominar os civis desarmados, mas todos prontos a defenderem uma sociedade mais eficiente e igualitária.
por Leonardo de Magalhaens