sábado, 28 de agosto de 2010

Capitalismo - uma história de amor




Nós amamos o Capitalismo!



O novo documentário do diretor norte-americano Michael Moore
é outra porrada no estômago da WALL STREET, o lugar
que decide os nossos futuros diariamente, lá onde habitam
o Seres Excelsos que governam nossas vidas, regulam nossos
consumos, inventam novos produtos, nossos portáteis,
novos aplicativos.




No filme, Moore desenrola uma fita amarela de cenário do
crime em torno do quarteirão da Wall Street onde estão
companhias financeiras cúmplices no colapso da economia
em 2008, as quais desde então têm sido as beneficiárias de
salvamentos de muitos milhares de milhões de dólares do governo
dos EUA. Ele tenta efectuar uma "prisão" dos chefes criminosos
destas corporações. Também identifica um certo número de
políticos democratas e seus nomeados que foram cúmplices
dos republicanos de Bush-Cheney neste roubo "à luz do dia"
do tesouro nacional dos EUA por conta dos seus
patrões bilionários da Wall Street.



Todas estas cenas são intelectualmente instigantes e
proporcionam algum "ar fresco" de verdade à população
dos EUA anestesiada pelo álcool, pelas drogas receitadas
e as de rua e por uma TV estupidificante orientada
pelo monopólio capitalista dos mass media.



Vejam o trailer
(english com legenda)
http://www.youtube.com/watch?v=1tI1RTAQc2M

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O cidadão é dominado por um sistema de finanças e
livre capital que cria a si mesmo e voltiza a cada
explosão de uma 'bolha especulativa' – e depois
dizem que vivemos num 'mundo livre', democrático
onde o cidadão tem direito e deveres, e pode decidir
sua vida através dos votos em eleições livres (isto é,
um 'jogo de cartas marcadas' onde somente
vencem os novos gerentes da mesma ordem estabelecida)


Somos educados numa cultura de consumo justamente
para manter a Máquina bem azeitada, as engrenagens
sociais bem disciplinadas, os sistemas de domínio bem
lubrificados, para que o Capitalismo possa seguir
concentrando renda e causando desigualdade social
.


Tudo em nome de uma tal Liberdade, ou livre-iniciativa,
onde os que estão em cima sobem, e os que estão
embaixo, desçam. Tudo em nome de uma liberdade de
consumo sempre incentivada e esticada a cada novo
produto lançado no Mercado, a cada novo nicho de
consumidores, a cada nova moda e modinha, para que
nunca paremos de comprar e comprar, e endividar e
endividar, para manter tudo igualzinho – uns ganhando,
e outros perdendo.



Não haverá fim da pobreza nem igualdade no Capitalismo,
pois o sistema precisa de mão de obra barata, de desigualdade
inerente e intrínseca para manter um grupo dominando
e outros tantos esfomeados. Não há Democracia quando meia
dúzia de fidalgos controlam os meios de produção e
os meios de comunicação.



O Capitalismo funciona a gerar concentração de renda
as Grandes Corporações – através de Fusões – Monopólios –
Cartéis. São os tubarões engolindo (isto é, comprando)
peixinhos e engordando. (Tal a ciclópica OCP – de
“Robocop The movie” - que compra até órgãos do serviço
público, gerenciando a polícia, as prisões, etc)


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Coca-Cola comprou a Columbia Pictures,
investiu no Papai Noele declarou guerra à Pepsi Colahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Coca-Cola#Compra_da_Columbia_Pictures


mais sobre indústria do refrigerante emhttp://www.abir.org.br/article.php3?id_article=395.


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Fusão de Sadia e Perdigão


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Pão de Açúcar compra Casas Bahia


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Nestlé comprou a Parmalat e agora compra
empresa canadense Kraft Food's frozen pizza::::


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Mais sobre as Grandes Corporações


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Versão sério-cômica sobre História do Capitalismo
http://www.youtube.com/watch?v=bsBlSPzb1_c&NR=1
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por Leonardo de Magalhaens
poeta e pensador
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sábado, 21 de agosto de 2010

VENEZUELA: governo populista OU socialista ?




ensaio



Venezuela: governo populista ou socialista?

Uma política de assistencialismo aos pobres, num país com
terrível concentração de renda, por uma figura de carisma,
de um 'pai dos pobres'... onde? esperem, não estamos falando
do Brasil de Vargas nem do atual de Lula... Estamos falando
da Venezuela de Hugo Chávez, do Comandante Chávez.

Depois de golpes bem ou mal sucedidos, o militar venezuelano
Hugo Chávez conseguiu acesso ao poder num país onde os
ricos mandam e os pobres rastejam. Nenhuma novidade.
República de bananas é o que não falta na América Latina.
A Venezuela que importa tudo, e exporta apenas petróleo
bruto – sequer tem petroquímica autônoma...

O que o novo caudilho conseguiu? Chavez reuniu seus
apoiadores políticos num partido único em 2007, chamado
Partido Socialista Unido. O que tem de Socialista é
apenas o nome...
Mas o que trouxe celebridade mundial para Hugo Chavez
foi seu empate contra os 'democratas' EUA. Sim, o mesmo
que celebrizou Fidel Castro – que só se tornou 'socialista',
ou 'comunista', quando viu que somente a URSS poderia
ajudar o regime castrista, que era anti-EUA (os EUA que
sempre exploraram o povo cubano... Fidel sabe bem disso,
e nunca poderia ser coerente se seguisse uma política
pró-EUA...) Mas ser anti-EUA não significa ser 'socialista'
(senão Ahmadinejad, fundamentalista-populista, o líder do Irã,
seria 'socialista'....! dentre outros ditadores por aí...)

O militar Hugo Chávez chegou ao poder através da força –
de um golpe armado – que não é revolucionários, mas
desfechado de cima para baixo dentro da própria máquina –
uma 'quartelada', diríamos. Não foram as forças populares,
os movimentos sociais que constituíram um governo – estas
forças foram cooptadas para dentro do Estado chavista.

Usando a desculpas da reforma – mais social-democrata
que socialismo – o militar Chávez deseja aumentar sempre
a duração do próprio mandato – enquanto o ideal é um
rodízio de poder. O Poder não-coletivo corrompe, e mesmo
um 'esquerdista', como ele se diz, passa a usar o poder
em causa própria, em interesses de dominação.
É apenas outro 'caudilho' com máscara de 'esquerdista'.
No video o não-socialista Chavez diz que é possível uma
amálgama socialismo com pitadas de capitalismo – e sabemos ,
desde Karl Marx, que socialismo e capitalismo são mutuamente
impossíveis
. A nossa luta não é para manter o Capitalismo,
nem o Liberalismo, mas a democracia, se posível aquela
democracia direta – não a representativa, que precisa de uma
classe parasitária de políticos profissionais.

(Detalhe: os videos não são 100% confiáveis, aliás, nada
é 100% confiável)

Não consigo ver Chávez como um socialista. Um militar
só consegue pensar em nível de hierarquias. O que Chávez
quer é um poder mantido de cima para baixo, não uma real
participação popular. Ele diz REPRESENTAR os pobres –
o povão – mas , de fato, está reduzindo o poder popular.
Está concentrando em si-mesmo – tal como fizeram os
estalinistas, os maoístas, os castristas, os donos da Coreia
do Norte – todos a se proclamarem 'socialistas', mas
a traírem a 'revolução' se colocando no Poder.

O povo segue os líderes carismáticos e conseguem um fascismo
ou populismo – ou ambos, vejam o caso da Itália, na época do
Mussolini e agora no governo Belusconi – tudo mais sutilmente,
mais mascarado.

Populismo não é socialismo. O Populismo está mais próximo
do fascismo – pois tira o poder popular e o concentra num líder
que deve guiar a massa – através de políticas assistencialistas,
não de emancipação, nem governo popular.
Os dados positivos do governo chavista – redução do nível de
pobreza – de 49% em 1999 para 37% em 2005 – poderia ser
conseguido por uma política social-democrata do tipo
Welfare State nos países nórdicos – que não são socialistas,
mas um capitalismo amenizado, acolchoado, onde a exploração
é mascarada com salários mais altos, com comodidades para
a classe trabalhadora (que continua sem poder político,
sem democracia direta) com aumento de 'migalhas', numa
política de assistência, não de autonomia.

Contudo, para alguns esquerdistas
( a Esquerda hoje é segmentada em
miríades de seitas e sectarismos... )
as 'reformas' chavistas já são proto-socialismo
No mais, a figura de Símon Bolívar, no movimento
BOLIVARIANO é uma idealização do líder sul-americano,
que era um nacionalista, não um socialista.
Era mais um caudilho tipo 'déspota esclarecido',
do que mesmo um liberal. Querer elevar Bolívar ao pedestral
de santo, elevar o líder no altar, é ser contrário ao
poder popular – poder do povo, não de um Grande Homem –
é ser nacionalista, e dizer-se socialista.
Não sou chavista, castrista, maoísta, estalinista, leninista,
marxista... sou socialista. Não sigo líderes, não reverencio
líderes. O Poder deve ser um Poder Coletivo.
Enquanto socialista, defendo não o governo de um Homem
forte, carismático, líder messiânico, mas ao contrário, o
Governo Coletivo, compartilhado, sob a autoridade de
Conselhos de Trabalhadores.

Todo parasitismo deverá ser abolido. Classe burocrata, classe
política, classe militar, classe empresária – todos devem
trabalhar pelo compartilhamento das decisões – assim
não haverá usurpação, apropriações, privilégios.
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sábado, 14 de agosto de 2010

Quem são os socialistas?


Quem são os socialistas?
O que pretendem?

Vamos pensar. Que conceitos podem ser úteis? Não diremos que os socialistas são santos ou anjos, ou benfeitores. Não são anjos nem demônios. Assim como os capitalistas,os anti-socialistas, não são demônios. Esta forma de pensar – Bem e Mal, Mocinho e Bandido – é cristã, medieval, ultrapassada, pois procura polarizar e desqualificar o Outro.

Tanto capitalistas quanto socialistas têm interesses. É impossível ser imparcial neste campo. Ambos lutam pelo Poder. Com uma diferença: enquanto os Capitalistas querem reduzir o poder de decisão, concentrando-o em políticos, burocratas e empresários, os Socialistas querem ampliar o Poder de decisão para o maior número possível de pessoas.

Ambos lutam por liberdade, ainda que liberdade seja uma aspiração, uma quimera. A liberdade capitalista é livre-iniciativa para alguns lucrarem ao explorarem o trabalho alheio, enquanto a liberdade socialista é justamente livrar-se das explorações capitalistas! Mas o mérito do Socialismo, enquanto coletivismo, é a Igualdade (não total, mas de acesso às oportunidades).

Dizemos 'não Igualdade total', porque os humanos não são iguais, têm diferenças de capacidade física e mental. Coisa que sistemas sócio-econômicos não podem alterar – a não ser com manipulação genética e lavagem cerebral. (Na literatura temos as distopias “Admirável Mundo Novo” e “1984”)

Quanto aos critérios de liberdade, somos conscientes quanto a impossibilidade de liberdade, uma vez que há interesse coletivo, não interesses individuais que se sobreponham ao bem-estar coletivo.

No Capitalismo, alguns indivíduos são idolatrados por liderança, usurpação ou riqueza (ou tudo isso junto!) enquanto a maioria não-livre trabalha e reverencia os líderes, os estadistas, os Grandes Homens.

Mas o que substitui o Grande Homem? A grande Corporação? O Partido Único? Nada disso? Todos estes CONCENTRAM Poder. Enquanto o PODER COLETIVO é distribuído, é delegado, é controlado pelos Comitês de Trabalhadores – que não precisam de classes parasitárias – os políticos, os burocratas, os militares, os intelectuais, os sindicalistas, os advogados, os empresários.

Os trabalhadores que apoiam os exploradores somente agem por três motivos: 1. por alienação, falta de consciência política; 2. por desorganização, ao não criarem a própria organização política; 3. por desejo de serem exploradores, traindo a causa comum com os demais trabalhadores.

As lutas dos socialistas, na vanguarda das lutas trabalhistas, levaram a uma reforma do Capitalismo ao longo do século 20, que levou a um amortecimento da luta de classes, através do Estado paternalista – o Welfare State – com previdência social e seguro-desemprego.

Foram as lutas dos socialistas – muitos presos, exilados, torturados, assassinados – que conduziram a uma 'suavização' da exploração capitalista, quando os trabalhadores organizados passaram a integrar a 'Máquina' na atuação dos sindicatos, que agem 'amortecendo' a luta de classes (daí os sindicalistas, os não-revolucionários, serem denominados 'pelegos', ou seja, reduzem os atritos entre os interesses dos patrões e os interesses dos trabalhadores)

Mas o socialismo não é sindicalismo, não é capitalismo reformado, não é capitalismo estatal, é o governo dos próprios trabalhadores – caso contrário, os que realmente trabalham serão sempre explorados num sistema de dominação e alienação. Sabem pouco e ganham pouco.

Não é objetivo socialista ao excesso do trabalho, ou produção padrão, mas a redução do tempo de trabalho, pois todos participarão do processo produtivo. Ridículo é o taylorismo ao modo soviético, o stakhanovismo que é contrário ao trabalho digno, saudável. Não é o 'operário padrão' que vai simbolizar o socialismo, mas o o trabalho valorizado, que não desmoralize o trabalhador. O trabalho existe para o trabalhador, não o trabalhador para o trabalho, para morrer de tanto trabalhar.

Assim, não será mais uma parcela de operários a trabalharem 8 horas por dia, sem direito ou acesso à Educação e à Arte, mas todos os cidadãos fisicamente aptos que se ocuparão no máximo 6 horas no trabalho, e o restante do tempo podem se dedicar a própria Educação e a Arte.

Não havendo separação entre intelectual e operário – visto ambos serem proletários ( o professor vende a força mental, enquanto o operário vende a força física) – pois se durante 6 horas o cidadão realiza um trabalho físico, em outras 6 horas pode deixar-se a trabalhos intelectuais e artísticos.

Poderá também trabalhar em atividades alternadas. Na segunda, quarta e sexta-feira, ser um professor (realizar a atividade de ministrar aulas) e na terça e quinta-feira ser um faxineiro (ou seja, exercer a função de limpeza, recolhimento de lixo, etc)

A organização do trabalho implica numa reorganização do tempo, tendo por consequência o fim do desemprego e do estresse. Tal organização impedirá a falta de trabalho para uns, enquanto há um excesso de trabalho para outros.

Tipificação do Socialista

Quem é o socialista? Certamente não se resume num rebelde, revoltado, anticapitalista, uniformizado. Ser anticapitalista não é ser socialista. Além de criticar o Capitalismo é preciso pensar de forma alternativa. Deve-se destruir algo para construir outra coisa, outro sistema. Criticar algo é fácil – criticar o capitalismo – que funciona! - é relativamente fácil ! Mas difícil mesmo é construir o alternativo.

Ser anti-capitalista não é ser socialista. Pois os religiosos, os fundamentalistas, os niilistas, os anarquistas são anti-capitalistas, mas não pensam (e atuam) em prol da construção da democracia direita popular socialista.

O socialista pensa coletivamente, ou seja, superou o individualismo – este é o indivíduo consumista burguês que se julga 'livre' porque pode comprar e vender – enquanto o coletivo deve ser reformado, o interesse coletivo acima do individual, ou seja, as oportunidades para todos – não para meia-dúzia de privilegiados.

Mas então o indivíduo desaparece na multidão? Antes, o indivíduo é formado pela multidão! O indivíduo não é alguém que surgiu isolado – 'ninguém é uma ilha' – mas o ser individual é um ser social enquanto produto de uma coletividade, uma época, um contexto histórico. Não há 'natureza humana' – há fisiologia, anatomia humana – pois cada coletividade forma / educa / reproduz um padrão de indivíduo.

Por mais 'original' que seja o indivíduo, este fala um idioma dado socialmente, usa roupas dadas socialmente, usa produtos fabricado socialmente, em suma, a suposta 'originalidade' é uma quimera que inventamos para erguer nossa auto-estima, julgarmo-nos 'originais'.

O conceito de 'originalidade' é relativo, contextualizado. Difere de Talento, onde é uma marca de qualidade que nem todos possuem. Há várias formas de explicar o talento – até explicações místicas, esotéricas, inspirações das Musas, etc – mas o evidente é que o Talento não é dado socialmente: é uma flutuação em relação ao social. (Por outro lado, nem todo talentoso é original. É bem-sucedido realizando os atos padronizados...)

Quanto ao padrão de normalidade, o que sou, quem sou eu além de um ser dado socialmente, que me expresso num idioma para pessoas que falam o mesmo, enquanto os outros apenas são uma referência para a construção do meu próprio eu – o EU é dado em confronto com os Outros -o eu é o não-Outro, mas ainda, de fato, um outro Eu, que se julga 'original' !

Como ser original se há um Eu que é produto da Linguagem? De uma Linguagem que é uma convenção coletiva, enquanto produto da coletividade? Há uma possibilidade não determinística: o Talento. (O que será assunto de outro ensaio)

O contraponto: os anti-socialistas

Em contraponto, chamamos de anti-socialistas aos indivíduos que se posicionam contra os socialistas. O que caracteriza estes indivíduos? Em 90 % dos casos são aqueles que usufruem de privilégios e posses, mas também os que desejam ter privilégios (o pobre que luta para ser rico, por exemplo). São os egoístas, os que aceitam e reproduzem formas hierárquicas (uns mandam e outros obedecem), onde uns são 'mais' do que outros – o médico é 'mais' que o enfermeiro, o motorista é 'mais' que o cobrador, o professor é 'mais' que o lixeiro...

Qual a vantagem do socialista em relação ao anti-socialista? Não há vantagem para o socialista – igual há uma série de privilégios para o anti-socialista. A vantagem no socialismo é um benefício coletivo – o socialista individualmente recebe o mesmo que o coletivo. A ação do militante socialista é a de atuação pedagógica – não de vigilância ou repressão – muito menos de milícia armada. Não se conquista o socialismo pela violência, mas através de um conscientização dos benefícios para a coletividade, e não para alguns indivíduos privilegiados.
Ago/10


Leonardo de Magalhaens
http://leoleituraescrita.blogspot.com

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

É necessária uma Revolução? (ensaio)


Ensaio

É necessária uma Revolução?

É necessária. Mas o ideal (apesar de não vivermos no mundo ideal...) seria uma mudança não violenta. Uma mudança gradativa, com a conscientização mediante o processo educacional. Mas a Burguesia continua a cometer os mesmos erros da Nobreza: acúmulo de poder econômico e político, concentração de renda, aumento do 'fosso' entre ricos e pobres, a identificação entre consumo e progresso (é mais privilegiado quem consome mais...), dentre outros. A Burguesia, de fato, não permite uma educação democrática efetiva: o esboço de uma educação para a Democracia direta (fundamental para o Socialismo)

Todas as Revoluções de 'esquerda' que envolveram violência, em fins do século 19 e no século 20, acabaram em contra-revoluções ainda mais violentas – e a vitória dos reacionários. A volta das monarquias e do clericalismo. Mesmo a Revolução Russa, que levou os Sovietes (conselhos de operários e camponeses) ao poder, acabou sendo concentrada e centralizada pelos Bolcheviques. Depois o Estalinismo – nos anos 30 – eliminou os Bolcheviques (aqueles revolucionários de 1905 e 1917) mantendo o poder na mão dos Burocratas da Nomenklatura (classe privilegiada dos 'servidores públicos' filiados ao/ou/indicados pelo PC) que governaram numa espécie de Centralismo partidário, numa sistema econômico estatista que pouco tem de socialismo (muitos denominam tal sistema de CAPITALISMO DE ESTADO)

Depois a Segunda Guerra Mundial, o Estalinismo foi expandido com o avanço das tropas russas no leste da Europeu – atingindo Polônia, Tcheco-eslováquia, Rumânia, Hungria, Bulgária, e países bálticos. Também a Iugoslávia – mas lá a vitória foi dos comunistas locais, não do Exército Vermelho. O povo foi obrigado a seguir um sistema econômico híbrido de capitalismo e de estatismo (dito 'socialismo real') e nunca aceitou tal imposição. Daí a Liberdade ter sido confundida com 'a vida no capitalismo ocidental' (como se as pessoas fossem 'livres' no Capitalismo...)

Assim, evidencia-se que o Socialismo não pode ser edificado pela violência – nem de cima-para-baixo, nem de baixo-para-cima. Não é um sistema que possa ser imposto aos cidadãos – ninguém deve ser obrigado a ser 'socialista' – até porque os 'socialistas' são minoria, são a vanguarda. Os Socialistas precisam educar os cidadãos para o exercício da Democracia direta e o fim da 'divisão social do trabalho' – num esforço que gastará, no mínimo, três gerações (cerca de 40 a 50 anos), quando cada pessoa estará apta a exercer várias atividades – não exatamente 'profissões'. Assim, sem as 'classes' – pois todos trabalham, não havendo 'políticos' nem 'policiais' – os cidadãos resolvem seus problemas sem recorrerem às 'autoridades' (que atualmente somente se preocupam com seus interesses excusos...)
O processo de 're-educação' (para não usar o termo comunista 'revolução') deve manter as conquistas burguesas que afastaram o obscurantismo medieval. Deve ser mantida a divisão de poderes, o mundo laico (positivismo), a liberdade de reunião e de expressão (liberalismo), a pluralidade de estéticas e de opção sexual, etc, e avançando rumo a emancipação dos proletários e camponeses, eliminação do narcotráfico e da prostituição, descentralização dos sistemas de previdência social, distribuição de terras, controle popular sobre as instituições bancárias e financeiras, restrição do uso de automóveis para uso particular (pois é essencial é a melhora do transporte coletivo: trens, metrôs), confisco de bens (mais do que a taxação hipócrita de 'grandes fortunas').

Mas a propriedade particular não poderá ser abolida. Realmente seria 'idealismo' demais esperar que haja uma 'nivelação'. Os meios de produção (indústrias, empresas, siderúrgicas, etc) e sistemas de geração de energia (usinas hidrelétricas, termoelétricas, nucleares, etc) deverão ser gerenciados em forma cooperativa, sem patrão e sem Estado (entenda-se o Estado-nação, burguês). Enquanto, os pequenos negócios deverão até ser incentivados. Padarias, bares, drogarias, lanchonetes, lan houses, tudo isso deverá surgir em maior quantidade – os pequenos negócios precisam gerar empregos. O que não poderá ser admitido é a existência de grandes corporações a explorar a mão de obra – tais como redes de hipermercados, concessionárias, trustes de bebidas, monopólios de transporte coletivo – como temos assistido na atualidade. (1)


Como processo educativo, o socialismo precisará superar duas grande forças: a competição capitalista (a gerar consumo e devastação) e o niilismo. Pois em toda mudança de sistema, há uma grande concentração de niilismo. (Niilismo: imagens de decadência, morte, destruição, cenas apocalípticas, milenarismo, messianismo, etc) O socialismo precisará (ao mesmo tempo!) substituir o sistema competitivo pelo sistema cooperativo e superar a decadência do sistema capitalista (afundado em narcotráfico, vícios, prostituição, comérico de orgãos humanos, tráfico de escravos e mulheres, homofobia, etc) sem deixar lacunas para a anomia e a contra-revolução (que se aproveitará da momentânea fase de transição para fomentar um fanatismo religioso e instalar uma espécie de Fundamentalismo)


O Socialista Revolucionário é aquele que ousa olhar para a frente, para uma ordem construída em cooperação, contrabalanceando o 'individualismo consumista' com um 'coletivismo sustentável', onde todos ganhem, sem prejuízo de terceiros e sem devastação ambiental. Uma ampliação da Democracia representativa – que gera o parasitismo das classes política e administrativa – rumo a uma Democracia direta – exercida pelos próprios cidadãos.



por Leonardo de Magalhaens


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notas

(1)O Capitalismo funciona gerando concentração de renda – as Grandes Corporações – através de Fusões – Monopólios – Cartéis. São os tubarões engolindo (isto é, comprando) peixinhos e engordando. (Tal a ciclópica OCP – de “Robocop The movie” - que compra até órgãos do serviço público, gerenciando a polícia, as prisões, etc)

AmBev : fusão de Antarctica e Brahma – em 1999
http://www.ambev.com.br/
http://pt.wikipedia.org/wiki/AmBev
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Coca-Cola comprou a Columbia Pictures, investiu no Papai Noel
e declarou guerra à Pepsi Cola
http://pt.wikipedia.org/wiki/Coca-Cola#Compra_da_Columbia_Pictures
mais sobre indústria do refrigerante em
http://www.abir.org.br/article.php3?id_article=395
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Fusão de Sadia e Perdigão
http://portalexame.abril.com.br/negocios/impacto-eventual-fusao-sadia-perdigao-469667.html
http://www.investidorjovem.com.br/a-fusao-entre-perdigao-e-sadia
http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u568000.shtml
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Pão de Açucar compra Casas Bahia
http://www.estadao.com.br/noticias/economia,pao-de-acucar-compra-as-casas-bahia,476631,0.htm
http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u661677.shtml
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Nestlé comprou a Parmalat e agora compra empresa canadense Kraft Food's frozen pizza::::
http://www.google.com.br/#hl=pt-BR&q=nestle+compra+a+parmalat&meta=&aq=2&oq=nestle+compra&fp=c1f044a3a07efcf
http://www.nestle.com/MediaCenter/PressReleases/AllPressReleases/Kraft+pizzas.htm
http://www.marataizes.com.br/noticias/news.php?codnot=266984
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Mais sobre as Grandes Corporações
http://economiasocialistads.blogspot.com/2009/10/chocolates-nestle.html
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